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2 de maio de 2024

SDA ENTREVISTA - Guilherme Castro

Mauricio Penteado
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Entrevista com Guilherme Castro, técnico da Seleção Brasileira Juvenil no Sul-Americano de 2024 em Brasília, treinador de um grande atleta juvenil do passado, Pepe, que conta com o apoio de uma família incrível que sempre apoiou e esteve presente. Hoje, o ciclo se repete com a família de Humberto Benhur. Vamos conhecer sua visão do squash nessa entrevista bem bacana.

BRASILEIROS PELO MUNDO

Vamos entrevistar GUILHERME CASTRO, ex-atleta profissional que agora, com um filho pequeno, tem se dedicado a treinar atletas juvenis e amadores em Goiânia. Como técnico da Seleção Brasileira Juvenil este ano em Brasília, foi uma grata surpresa como ele conseguiu se comunicar rapidamente com as crianças e agradar a todos os pais. Essa é uma qualidade muito importante para quem quer ser treinador de juvenis. Temos conversado muito desde que ele passou a fazer parte do quadro da CBS e fico feliz de ter ele envolvido no processo ainda mais com todo esse fácil relacionamento com os atletas.

Você jogou Juvenil e Profissional, como o squash entrou na sua vida? Você sempre foi atleta?


O squash entrou na minha vida através da minha mãe, ela praticava squash e eu praticava karatê e natação na mesma academia. Com mudanças de horários na escola, não consegui encaixar mais o karatê na minha rotina e iniciei no squash aos 10, 11 anos. Não era atleta, mas sempre amei esporte. No início, não gostei muito de squash, estava gordinho e tinha poucas pessoas da minha idade, mas minha mãe insistiu e logo mais virou amor eterno.

Você treinou alguns juvenis que tiveram sucesso como o Pepe, agora com o Humberto Benhur, como é acompanhar o desenvolvimento dessas crianças? E como é o relacionamento com a família deles?


Participar e ajudar no desenvolvimento deles é um barato, ao mesmo tempo muito trabalhoso, pois o juvenil passa por várias fases. Tem época que estão animados, épocas desanimados, época de sair com os amigos, então você tem que atuar um pouco como psicólogo e tentar deixar as metas o mais claras possível para trazê-los de volta ao foco quando se dispersam. O relacionamento com a família é tranquilo, tento sempre orientar os pais a serem pais, aproveitarem o momento para se divertirem com os filhos e deixarem o trabalho árduo comigo. A família é fundamental no apoio, então tento orientá-los para isso.

Você foi um dos treinadores da última Seleção Brasileira Juvenil no Sul-Americano de Brasília em 2024, como foi essa experiência?


Foi uma experiência muito engrandecedora, conviver por uma semana de competição com jovens de 8 a 18 anos, dos mais diferentes níveis técnicos é motivante, te tira da zona de conforto. Você precisa estar muito concentrado pois não só através da tática você pode mudar um jogo, nessa fase o emocional conta demais e cada idade absorve e compreende de formas diferentes.

Como está o desenvolvimento de novos atletas, porque parece difícil atrair uma grande quantidade de crianças quando temos outros esportes de raquete ganhando vantagens sobre o squash?


Você tocou em um ponto complexo no nosso esporte. Vou tentar fragmentar as dificuldades que vejo:

Dificuldade em conseguir verba nas federações para executar um trabalho de base na formação de novos jogadores;

Squash é um esporte individual e pequeno, criança gosta de estar com crianças, então as que iniciam sozinhas tendem a parar, é difícil fazer um grupo e para fazer um grupo precisa de um tempo maior.

Investimento: o squash é um esporte relativamente caro, os pais tendem a pensar na economia ao investir no início de uma atividade física para os filhos, o que poderia diluir esse valor seriam grupos de crianças, logo voltamos à dificuldade do tópico anterior.

Professores e empresários do ramo buscam o retorno financeiro para custear suas despesas e investimentos que almejam, logo o foco às vezes está onde vem a maior receita, que são nas aulas comerciais.

Por fim, a falta de mão de obra também dificulta na execução de um projeto.


Agora que o squash virou olímpico, a CBS irá receber uma verba grande do COB. Sempre reclamamos de falta de dinheiro, você acha que agora resolveu o problema?


Verba é o fator de realização dos projetos, porém sem bons projetos, mão de obra e comprometimento nada adianta a verba. Por não sabermos até quando a verba irá entrar, o que vai depender do squash permanecer no quadro olímpico nos jogos de 2028, eu apostaria em um projeto direcionado para os jogos, mas também em algo que pudesse perpetuar no tempo independente da entrada de verbas futuras, como por exemplo, um centro de treinamento de alta performance e desenvolvimento de novos atletas. Tem que ser bem trabalhado e devemos usar os exemplos de outros esportes que deram certo.


Mauricio Penteado

Fundador do SDA e criador da Escola do Squash

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