SDA ENTREVISTA - Pedro Mometto

Entrevista com Pedro Mometto, nosso primeiro herói nacional, quando digo nosso me refiro a mim e ao meu filho Murilo, o Pedro sempre foi muito simpático e atencioso temos guardado até hoje a camisa que deu ao Murilo no Brasileiro de Campinas/2017

Vamos direto ao ponto, conta para nós como foi seu jogo contra o GAWAD? Você teve MACH BALL?

Sim, tive a oportunidade de fechar o jogo mas não consegui. Confesso que foi frustrante. Eu e o Gui Melo fomos jogar o mundial juvenil em Chennai, na India, em 2009. Eu e o Gui perdemos na primeira rodada para dois franceses, eu para Lucas Serme e o Gui para Lucas Vauzelle. Com a derrota, fui para o plate e na segunda rodada do plate cai com o Gawad. Cheguei a abrir 2x1 mas no último game acabei perdendo de 12x10 em 61 minutos. Lembro que no começo do jogo só tinha duas pessoas assistindo (guilherme e o técnico do egito). Como o jogo foi tomando um resultado inesperado, o público aumentou e no final do jogo estava relativamente cheio, afinal, era um brasileiro com match ball contra o cabeça 3 do torneio (infelizmente não fechei). Neste torneio, o Gui ainda foi o Campeão do consolation plate e assim o Brasil voltou com um troféu pra casa.

Você ganhou 3 brasileiros, qual foi o mais importante se é que dá para dizer isso?

Todos tem sua importância e particularidade mas acredito que o brasileiro de 2021 foi muito emocionante justamente por ter sido o meu retorno após um grande período de recuperação da ruptura do tendão de Aquiles. Como eu estava aproximadamente 2 anos sem competir (lesão + pandemia), ninguém sabia como eu estava chegando para o campeonato e por isso o título tenha sido surpresa para muita gente. O fato é que me preparei muito e consegui dar a volta por cima.

Você se formou em engenharia e administração, como são seus treinos e a dupla carreira de profissional (atleta/trabalhador)?

Hoje tenho uma rotina de treinos todos os dias da semana. Alguns dias da semana tenho dois períodos de treino (antes e após o trabalho no escritório). Nos finais de semana tenho treino aeróbico e/ou descanso. Em períodos de muitas entregas de projetos ou sobrecarga no escritório, acabo tendo que reduzir um pouco a carga do treino durante alguns dias, mas isso consigo contornar bem. Quando viajo para torneios sempre levo meu notebook comigo, assim consigo trabalhar quando não estou em quadra. Isso facilita a minha busca pelo equilíbrio entre escritório/quadra.

Como foi sua carreira no Juvenil? Quem era seus maiores rivais e que torneios existiam? Você jogou SULAMERICANO?

Minha carreira de juvenil tem poucos torneios, justamente por isso acho que não tive uma rivalidade marcante com alguém. Em 2006 fiz a final do brasileiro com o Gui Melo mas acabamos jogando poucos jogos em campeonatos juvenis. Sulamericano Juvenil eu nunca participei. O único torneio juvenil que joguei fora do brasil foi justamente o mundial na India. No Brasil, ganhei dois brasileiros (sub-17 em 2006 e sub-19 em 2008; 2007 não teve campeonato brasileiro).

5 Como podemos mudar o SQUASH nacional e ter atletas entre os Tops do mundo? Existe alguma fórmula?

 Essa é a pergunta de milhões. Eu acredito que ter um centro de treinamento nacional com toda a estrutura adequada (quadras, alojamento, fisioterapia, academia) para receber os jogadores do Brasil inteiro seria um importante passo para pavimentar o caminho para uma geração coesa e com qualidade. Além disso, apoiar projetos sociais que envolvam o squash também é de suma importância pois além de serem uma ferramenta social muito eficaz, podem resultar em atletas promissores. Isso tudo é pensando em longo prazo. 



No curto prazo, precisamos de mais apoio para atletas que correm o circuito profissional. Apoio, para participação em torneios e períodos de treinamento em lugares específicos. Neste ano, iremos representar o Brasil no Sul-americano no Chile e no Pan-americano no Peru, nos esforçaremos ao máximo e espero contar com a torcida e apoio de todos os amantes do squash. Forte abraço e viva o squash.