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Vamos conversar com o Diretor do Juvenil da CBS.
Conheci o Renato Brito logo que ele assumiu o cargo na primeira gestão do atual presidente, Zé Enrique.
Seu amor pelo esporte e conhecimento de leis, devido à sua profissão como advogado, foram fundamentais para que a CBS se aproximasse do COB e tivéssemos uma voz ativa nas reuniões e nas lutas por espaço nos projetos de incentivo ao esporte.
Você joga Squash desde o Juvenil. O que mudou no esporte de lá para os dias de hoje?
Sim, comecei aos 11 anos de idade e joguei até os 19. Fiquei um tempo parado quando comecei a estagiar. Esse é um dos maiores arrependimentos da minha vida. Retornei apenas aos 35 anos.
Vivi o boom do squash no Brasil. Depois de um período de incertezas, vejo uma onda positiva atualmente, com bastante engajamento de atletas, pais e Federações. Isso é muito importante para criar uma atmosfera que nos permita crescer novamente.
Além disso, na minha época de juvenil, ainda não havia a mudança na lei, e a CBS contava com apoio do governo, o que, naturalmente, facilitava bastante. Era absolutamente comum o envio de seleções juvenil e adulta para competições internacionais.
Por isso, uma das nossas principais metas atualmente é obter a certificação 18 – 18A. Acabamos de reformar o nosso Estatuto e, depois de algum tempo, regularizamos a prestação de contas da entidade. É um processo longo, mas estamos confiantes.
Você acha que os treinadores de outros países são mais engajados em captar crianças? Por que temos uma base tão pequena?
Não, acho que temos ótimos treinadores e professores no país. Para além de o nosso esporte ser, de fato, pequeno, é necessário que o squash juvenil seja prioridade para a CBS. Foi isso que tentamos implementar desde o início e, com a ajuda das Federações, vejo que estamos em um momento de crescimento.
Destaco também projetos sociais, como o "Squashinhos", do Rio de Janeiro, que hoje conta com mais de 60 crianças treinando. Iniciativas como essas podem revolucionar o nosso esporte.
A CBS deveria ter metas para as Federações no quesito de aumento da base? Como a CBS pode incentivar os Estados a buscar jovens?
O Brasil é um país continental e devemos respeitar a realidade de cada Estado e Região. Por isso, não vejo com bons olhos esse tipo de meta. O que tentamos é democratizar mais o acesso às competições, estimulando que todas as regiões participem do circuito brasileiro juvenil. Já tivemos etapas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Campeonato Brasileiro, em Fortaleza.
Aliás, retomar o circuito foi uma das nossas grandes vitórias. Hoje, temos um circuito com 5 etapas fixas e um ranking organizado, que é o principal critério para as convocações das seleções.
Além disso, temos um trabalho de mapeamento de atletas juvenis que jogam fora do país. Alguns deles, inclusive, representaram o Brasil no último Mundial Juvenil. Foi muito especial conseguirmos levar nossa seleção depois de tanto tempo! Esperamos descobrir outros talentos brasileiros espalhados pelo mundo!
Sempre reclamamos da falta de apoio do governo. Agora, com o novo ciclo olímpico e o dinheiro disponível, qual é o legado que você, como Diretor do Juvenil, gostaria de deixar para o Squash Brasileiro?
O principal desafio, sem dúvida, é aumentar a base para ter qualidade. Então, o que eu gostaria de deixar como legado é, além do circuito juvenil estabilizado e da participação das nossas seleções nas principais competições internacionais, aumentar a participação dos juvenis em nossas competições.
Hoje, nossa média está entre 30 e 40 juvenis por etapa. Acho que é possível, ao menos, chegar a 60 competidores.
De toda forma, é sempre bom alertar que o dinheiro do COB não é infinito e, em sua maioria, “carimbado”. Por isso, é muito importante termos ações estruturantes. É o que pretendemos.
O SQUASH está nas Olimpíadas de 2028. Ele também estará em 2032? Como será o trabalho com os juvenis para termos esses atletas daqui a 4 e 8 anos?
Ainda não se sabe se estaremos em 2032, mas há uma boa expectativa, por ser na Austrália, em Brisbane.
Acredito que o trabalho comece com o fortalecimento do nosso circuito interno, aumentando a quantidade para gerarmos qualidade. Por isso, é muito importante que todos joguem as etapas!
Os atletas que se destacarem no circuito certamente terão a nossa atenção (como, hoje, já têm), seja dando a estrutura para que participem de competições internacionais, seja com a interação com seus treinadores e promoção de treinamentos.
Criamos um Fundo apenas para o Juvenil, o que mostra a nossa preocupação com a categoria. Essa verba ainda é pequena, mas também ajudará nesse processo.
Como sempre falamos, sem juvenil, não há squash. O juvenil é prioridade para a CBS e continuará sendo.
Mauricio Penteado
Fundador do SDA e criador da Escola do Squash
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