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Entrevista com YURI FRANCA, mineiro e bom de conversa, nos ensina sobre o processo seletivo para estudar em uma faculdade dos EUA. No Brasil, Yuri sempre esteve envolvido com o esporte desde criança e foi treinador de grandes juvenis, como Lucas Oliveira, Pedro Facury, Samuel e Davi Miranda.
Conheci o Yuri Franca num US Open juvenil, que, como todo bom mineiro, adora uma prosa. Já trabalhou em uma ONG em San Diego e atingiu objetivos de colocar jogadores em universidades, o que realmente mudou a vida dessas crianças. O esporte transforma. Vamos ouvir sua história e como iniciar num processo seletivo que está cada vez mais disputado para estudar num college nos EUA. A equipe da Amherst College que ele treina foi campeã 22/23 da divisão do College National Championship.
Como você começou no Squash? Quais as lembranças do juvenil e do profissional que te marcaram?
Eu comecei a jogar squash com meus amigos em 1997/1998 quando eu tinha 9/10 anos. Depois eu conheci os meus treinadores Leo Oliveira e Roberto Mori e assim comecei a participar de campeonatos. Cresci jogando os torneios mineiros, brasileiros e sul-americanos. Aos 17 anos eu tive a oportunidade de morar 8 meses em Boston e jogar o circuito juvenil americano. Após alguns anos jogando o circuito profissional e trabalhando como treinador no Brasil, eu resolvi mudar para a Califórnia para trabalhar como diretor de squash de uma ONG, Access Youth Academy. Atualmente estou morando em Amherst, Massachusetts e trabalho para a faculdade de Amherst como assistant coach de squash do time feminino e masculino. As lembranças que tenho dos torneios juvenis e profissionais são as amizades, as viagens, as histórias e claro, as vitórias e derrotas. O mais marcante para mim são as pessoas que conheci e que de alguma forma me ajudaram nessa jornada!
Você está atualmente como Coach em Amherst, fale um pouco sobre essa Universidade e a estrutura do Squash
Amherst College foi fundada em 1821. É uma universidade privada de artes liberais localizada em Amherst, Massachusetts, Estados Unidos. Ela é famosa por ser uma escola com nível acadêmico altíssimo e por fornecer uma flexibilidade na grade de matérias, permitindo aos estudantes explorarem aulas diversificadas e com a possibilidade de se formarem em mais de um curso. Os estudantes/atletas recebem todo o apoio acadêmico e também toda a estrutura do departamento atlético; fisioterapeutas; preparadores físicos; psicólogos; 3 treinadores de squash; academias; piscinas; e 10 quadras de squash. Atualmente o time de squash feminino tem 14 atletas e o masculino, 15 jogadores. A temporada de squash é do final de outubro até o início de março. Durante esse período, os times treinam 6 vezes por semana e jogam aproximadamente 18 a 25 partidas oficiais. Nessa última temporada, nosso time terminou em 15º no ranking masculino e 17º no ranking feminino.
Nós nos encontramos no US Open de 2022, na fantástica Arlen Specter Center. Nos últimos anos, os EUA têm investido demais no Squash. Como você vê toda essa movimentação?
Os Estados Unidos estão investindo e crescendo muito no esporte nos últimos anos. O país dispõe de milhares de quadras, centenas de torneios juvenis e, além dos tradicionais clubes de squash que fornecem aulas e clínicas para crianças e amadores. O país possui times de squash em dezenas de escolas de ensino médio e em várias faculdades. Há também várias organizações não governamentais espalhadas pelo EUA que possuem milhares de crianças que praticam squash. Esse sistema propicia o aumento de praticantes e a visibilidade do esporte, e ainda ajuda a motivar e manter as crianças no esporte.
O Pickleball tem se tornado popular nos EUA, assim como o Beach Tennis no Brasil. Esportes novos de raquete estão surgindo. Você acha que o Squash 57 pode ser uma opção para combater esses esportes que atraem pela facilidade do jogo?
Acredito que as versões adaptadas como o squash 57 podem ajudar no crescimento do esporte. Mas, no momento, devemos explorar o fato de o squash ser um esporte olímpico. A gente sempre escutou que o grande problema do squash é o investimento no esporte. Nos próximos anos, os países receberão um apoio financeiro e um aumento na visibilidade. As confederações trabalhando com os clubes e promotores devem aproveitar desse momento para fazer o esporte crescer. No Brasil, especificamente, é necessário atrair mais crianças para a prática do squash. Com isso, precisamos aumentar o número de torneios juvenis, buscar parcerias com escolas, oferecer clínicas específicas para cada idade e, claro, não podemos esquecer de motivar não apenas as crianças, mas também informar aos pais que através do squash elas têm a oportunidade de estudar em uma das melhores universidades do mundo.
Conte para gente como funciona o processo para ir estudar em uma faculdade americana como atleta de Squash
O processo para estudar e jogar squash em uma faculdade americana inicia no segundo ano do ensino médio, quando o estudante/atleta é permitido a iniciar o contato com os treinadores das faculdades e precisará enviar os seguintes documentos:
O custo para estudar em uma faculdade americana é realmente muito alto, especialmente para nós brasileiros. A maioria das escolas disponibiliza do financial aid (ajuda financeira), que será determinado conforme a situação financeira da família do estudante. A outra forma é o scholarship (bolsa atleta), onde o valor do desconto será estipulado conforme o nível de squash e acadêmico do aluno.
Lembrando que a comunicação com os treinadores das universidades é de extrema importância. Com isso, é importante ter resultados em torneios sul-americanos, pan-americano e principalmente torneios nos Estados Unidos, onde os treinadores têm a chance de saber não apenas o nível de squash, mas conhecer a personalidade do atleta.
Mauricio Penteado
Fundador do SDA e criador da Escola do Squash
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